"Sozinho no Touge" é o álbum que decido dialogar e expor um pouco mais sobre minhas referência e valorizações estéticas, aqui pretendo falar sobre o que acho que minha fotografia é pra mim e como ela se relaciona com o que consumo.
Primeiramente, eu sempre gostei muito da fotografar pessoas e quase sempre com flash, entretanto com o inicio da pandemia tive que começar a explorar outras formas de fotografar. Nunca fui chegado em fotografia de paisagem, por mais que fizesse não era o que eu gostava de fato, porém foi em um dia de muito estresse e chuva que decidi sair na rua e fazer umas fotos priorizando a minha estética e filosofia de que "estamos em um movimento constante", sai de casa botei "Musicas pra Drift vol 2" no fone e fui atrás dos Clicks certos, assim nasceu meu Álbum "Velocidade Constante na Selva de Pedra".
Com o passar do tempo fui aprimorando minhas técnicas pra manter minha estética mesmo que não tenha pessoas pra fotografar e nem o flash, assim fui compreendendo a luz natural e todo o ambiente ao meu redor, fui ficando apaixonado pelas cores e como é lindo poder colorir o mundo a sua volta. Sim isso não pode ficar de fora, eu não me vejo com um fotografo que registra o mundo pelo seu olhar, na verdade eu acho que eu crio o meu mundo, quase como uma terra do nunca.
Nesse meu mundo eu tento mostrar sempre que as coisas estão mudando constantemente, por mais que o tédio seja a palavra mais usada nesses últimos tempos tento trazer uma outra dimensão pra aquilo que também está imóvel, como uma paisagem ou quem sabe uma flor.
Não da pra eu falar do meu trabalho sem falar das minhas referências, o nome desse álbum é o nome de uma música do Yung Buda, na qual ele narra ele sozinho no outono, fazendo drift no touge (palavra japonesa que significa “passagem” e se refere a passagens entre as montanhas por estradas sinuosas), acho que não teria uma forma de resumir melhor esses últimos anos do que assim, por mais que a maioria de nós ainda estejamos com nossas famílias, a saudade de viver é muito real para todos, muitos como eu se sentem sozinho nessa passagem, mas sei que dá pra tirar algumas coisas boas disso ainda, acredito que minha mudança e amadurecimento na fotografia foi uma dessas coisas.
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